segunda-feira, 20 de abril de 2009

Primavera Quente

Apesar de ultimamente, termos assistido a vários dias de chuvosos, constata-se, para além destes fenómenos atmosféricos, existe um "aquecimento" da atmosfera política neste início da Primavera. Este adensar do ar tem tido maior reflexo na agenda governativa. O culminar desta situação, teve efeito no discurso de José Sócrates contra os que fazem a política "do recado, do remoque, do pessimismo e do bota-abaixo", sábado à tarde, numa sessão das "Novas Fronteiras" do PS.

Este facto, está a ser interpretado, como sendo a resposta do líder socialista ao duro discurso sobre a crise produzido sexta-feira pelo Presidente da República, Prof. Aníbal Cavaco Silva na Universidade Católica, num congresso empresarial. Toda esta situação vem demonstrar que existe um sentimento de "hostilidade" por parte de José Sócrates ao PR, que em nada irá lhe beneficiar e, muito menos, a todos nós. Toda esta conjuntura, tendo o cenário da crise como pano de fundo, enfocada nos maus números do Banco de Portugal revelados na semana passada a respeito da performance da economia portuguesa. Para além disso, todo debate em volta das questões relacionadas com as suspeitas de corrupção e a falta de autoridade do estado e as possíveis "pressões" sobre os magistrados do Ministério Público.

Apesar de todos os alertas dados pelo PR e contestação das políticas por parte dos partidos da oposição, a visão "autista" de José Sócrates tem vindo a revelar a verdadeira personalidade do chefe de governo. Não me lembro de ter existido algum líder governante com estes traços de perfil na história recente da política em Portugal, desde a ditadura. Os sintomas têm sido mais evidentes, do que, aquando a última maioria em que o actual PR era 1º Ministro em coabitação com Mário Soares no seu último mandato. Nem mesmo, Pedro Santana Lopes após a decisão de Jorge Sampaio de dissolver a Assembleia, teve tal atitude com o mesmo. Cavaco Silva já há muito que tem razões para demitir este governo, atendendo às razões evocadas pelo anterior Presidente para demitir a maioria centro-direita da coligação PSD/CDS-PP. Esperemos pelas comemorações do 25 de Abril para ouvir os discursos, pois, certamente irá haver muita matéria política para analisar.

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