quarta-feira, 29 de abril de 2009

"Dom Quijote"!...

Após leitura do Jornal "Correio da Manhã", chamou-me atenção um artigo de opinião, sob título: "O Joker e o Batman", da autoria de: Domingos Amaral, Director da GQ; no qual, refere a certa altura: "Quando na oposição não existe um antagonista credível ao primeiro-ministro, acaba por ser a imprensa a preencher esse vazio. Tal como o Batman precisa do seu inimigo Joker, e o Joker precisa do Batman; Sócrates precisa de inimigos, e os inimigos precisam dele. Ora, não havendo inimigos à altura na oposição, é preciso inventá-los na televisão ou nos jornais."

Ora, esta passagem faz-me lembrar, ao invés, de "O Joker e o Batman", José Sócrates na ânsia de ter um inimigo e, chegar ao ponto de ter que inventá-los, leva-nos, talvez sim, a ressuscitar a personagem do livro homónimo de Miguel de Cervantes y Saavedra, Dom Quixote de la Mancha em que o protagonista da obra é Dom Quixote, um pequeno fidalgo castelhano que perdeu a razão, pela leitura assídua dos romances de cavalaria e pretende imitar seus heróis predilectos. O romance narra as suas aventuras em companhia Sancho Pança, seu fiel amigo e companheiro, que tem um perfil mais realista. A acção gira em torno das três incursões da dupla por terras de La Mancha, de Aragão e de Catalunha. Nessas incursões, ele envolve-se numa série de aventuras mas, as suas fantasias são sempre desmentidas pela dura realidade, chegando ao ponto de alucinar gigantes, onde existia moinhos de vento.

Esta expressão, já há muito que é utilizada na nossa gíria vocabular. Dito isto, quando Sócrates evoca os "poderes ocultos" por detrás do caso "Freeport", quer de facto, construir uma imagem de "algo" que possa justificar a sua defesa. Deste modo, terá lugar a uma espécie de "bode expiatório" que o possa segurar muito para além, da presunção de inocência no caso, a sua sobrevivência política.

"Contudo, e nisso foi bem mais inteligente que Sócrates, Obama nunca se queixou do seu Joker e deixa-o a falar sozinho." Ao contrário, de Sócrates, não pende nenhum caso de "suposta" suspeição sobre um caso de corrupção. Por isso, não poderemos compara-los!

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