sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ambiente: Construir O Presente, Preservar O Futuro

Na sequência das iniciativas tomadas pelo Fórum da Verdade, decorreu em Faro, a 7 de Maio, com uma elevada participação, mais uma sessão dedicada ao tema “Ambiente: Construir o presente, preservar o futuro”. Coube ao ex-líder do PSD, Dr. Luís Marques Mendes, moderar a sessão, que nas suas palavras, teve oportunidade de frizar que «a opção pelo tema do ambiente é inquestionável, pois numa altura em que todos trabalhamos com o conceito do desenvolvimento sustentável este tem uma importância capital». Para além disso, realçou que «o desenvolvimento é económico e social, mas tem de dar sempre atenção à vertente ambiental».

Estiveram presentes nos trabalhos os seguites oradores:

João Joanaz de Melo [Presidente do GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente e Professor Universitário]: «Portugal tem uma intensidade energética francamente pior do que a da União Europeia a 27, o que inclui já os países da Europa de Leste que tinham à partida uma eficiência energética muito pior do que a nossa».

«O Ambiente é uma temática difícil não por não se perceber que é importante, mas por todos pensarem que deve se resolvido não por nós mas pelos outros. Há pouca consciência de que somos todos parte desse problema, pois todos nós andamos de carro e usamos espaço que há anos atrás era um espaço natural. Mas, frisou “ as boas notícias é que somos também parte da solução, e o ambiente que queremos constrói-se todos os dias ».

«Se nós queremos levar a questão do ambiente a sério temos de dizer verdade difíceis. E uma das coisas difíceis que devem ser enfrentadas é dizer claramente que barragens não são energia limpa e não protegem os ecossistemas, antes pelo contrário as barragens destroem ecossistemas”».

- Poças Martins [Engenheiro e Especialista no sector da água]: «em cerca de seis anos é possível conceber, financiar e construir a maior parte das infra-estruturas de que nós precisamos no sector da água».

«do ponto de vista económico os investimentos que faltam para resolver o problema do sector não são maiores do que alguns dos megas investimentos de que ouvimos falar. O dinheiro existe e é gasto noutras coisas porventura menos importantes. O caminho crítico não passa pelo sector técnico, passa certamente pela opção política. Ou seja, é um problema de falta de políticas adequadas em Portugal e a nível internacional».

«Ao nível da decisão há uma grande confusão e, tem faltado coragem política para tomar uma resolução sobre esta matéria. A maior parte dos municípios portugueses são muito pequenos e possuem falta de sustentabilidade para providenciar um bom serviço ambiental no que diz respeito à água. Em Portugal temos municípios com 3000 habitantes e outras com 600 mil habitantes, mas os presidentes de câmara tem rigorosamente as mesmas competências».

«só em Portugal existe uma concepção elástica das leis, pois há leis publicadas que depois não se cumprem e não há fiscalização. Muitos destes problemas de solidariedade resolvem-se quando um governo diz que o litoral vai ajudar o interior ou vice-versa, mas depois na prática o sistema não se concretiza. Na água a solidariedade só num sentido não funciona, e é preciso um nível regional que tenha outros assuntos que não a água para que quem cede nesta ganhe noutros aspectos».

«Todos nós temos o direito e o dever de olhar para o que o respectivo município está a fazer. Vale a pena começar a pensar em extinguir as expectativas irreais pois a construção como forma de desenvolvimento foi chão que deu uvas, pois não é um investimento produtivo. Devíamos era requalificar os centros urbanos (...) temos de apostar não em criar mais obras megalómanas, mas em requalificar o espaço urbano onde nos já vivemos e nos transportes públicos».

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Gilberto Jordan [Empresário]: «Tomar iniciativas e ser mais ousado, investir mais do que é exigido, tudo isto acaba por ser uma convicção pessoal que temos de traduzir na nossa gestão empresarial diária».

«Tomar iniciativas e ser mais ousado, investir mais do que é exigido, tudo isto acaba por ser uma convicção pessoal que temos de traduzir na nossa gestão empresarial diária».

«a grande indústria do Algarve é o imobiliário pois nós não temos fábricas. Em suma, a nossa indústria é o sol e o turismo e temos de os potenciar pois sem eles a região seria muito pobre».

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