sábado, 28 de março de 2009

Tacada de Saída!

Conforme foi publicado, em "Café Portugal" existem dois promotores interessados num projecto de enoturismo e na construção de campos de golfe no alto do concelho, segundo as palavras de Joaquim António Ramos (Presidente da C. M. Azambuja).

«Vamos ter uma reunião quinta-feira com dois promotores interessados em planos de pormenor na área do turismo»

A referida reunião irá decorrer após a visita ao concelho de 11 representantes de empresas de Portugal, Reino Unido e Índia, de áreas diversas, como a construção, imobiliária, brindes, consultadoria e banca. A visita é organizada pela município da Azambuja, em colaboração com a Câmara de Comércio Luso-Britânica, no âmbito da campanha da autarquia de promoção do investimento no concelho, designadamente nas áreas industrial e turística.

Um dos planos de pormenor visa a instalação de um projecto de enoturismo numa quinta com mais de 100 hectares na freguesia da Azambuja. O outro plano de pormenor inclui quintas que poderão vir a transformar-se em campos de golfe, hotéis, serviços e casas de segunda habitação.

«Sobre estes projectos, não tenho muito receio [de reprovação pelas autoridades da área ambiental]. Mas é claro que serão cumpridos todos os procedimentos legais», salientou o autarca de Azambuja.

«Há uma atitude fundamentalista» que privilegia «o não tocar e o não usar quando o turismo também pode preservar» a natureza, afirmou Joaquim Ramos.

Esta "atitude fundamentalista" referem-se aos organismos da administração central para com as áreas naturais, impedindo o desenvolvimento turístico do concelho.

Dito isto, gostaria de saber qual o grau de credibilidade destas propostas? Dado o momento de se aproximar a campanha eleitoral para a autarquia e, não entenderei isto, como sendo mais uma manobra para uma promessa falhada. Lembremo-nos da Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP), que recentemente, nestes dias chumbou a proposta de dois projectos previstos para os concelhos de Azambuja e Alenquer. Lembremo-nos que Joaquim Ramos, anteriormente já havia manifestado a sua "desilusão" em relação a este governo, para além da "atitude fundamentalista", referida anteriormente. Para além disso, não ouvi nenhuma palavra de desagrado por parte deste executivo a repudiar as palavras do Ministro da Economia em que exorta como sendo "selvagens" estes projectos que têm sido apresentados!

Entretanto, após alguma pesquisa, descobri um artigo publicado a 13 de Fevereiro de 2008, onde refere que Carlos Abreu, presidente da Região de Turismo do Ribatejo (RTR) e, que na altura revela que "toda esta região terá "mais de 20 campos de golfe a funcionar", sobretudo na área entre Azambuja e Rio Maior, agora libertada das condicionantes que estavam colocadas pela possibilidade do novo aeroporto de Lisboa ser construído na Ota."

Agora, eu pergunto: Tanto investimento em campos de golfe para quê? É este o modelo de desenvolvimento que queremos para a nossa região? Não existe outras alternativas que sejam mais sustentáveis e estruturantes para economia do nosso concelho?




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