domingo, 22 de março de 2009

Estado de Ebulição da Comunidade Cigana

Resolvi escrever hoje este artigo, após uma conversa entre amigos meus, ontem à noite e, na qual, pelo que eu entendi das suas palavras, insurgem-se revoltados com as suas preocupações relacionadas com o crescente sentimento de "insegurança" que se vive na Azambuja. Numa altura em que não se encarar os factos com realismo, poderá trazer maiores complicações. Na sequência de episódios que têm revelado um estado de agitação, que muitas vezes, têm terminado em tristes actos de violência com indivíduos da comunidade de etnia cigana residente na vila, sede de concelho.

Pelos seus relatos, existe um tom de ameaça sério, que deve ser levado por todos a uma reflexão. São jovens que frequentam vários estabelecimentos de diversão nocturna e, que sentem quase como obrigação, abandonar esses espaços públicos quando grupos de indivíduos identificados da referida comunidade que quase, de certa maneira, "invadem" com intuito de causar distúrbios e ameaçar os clientes presentes, "convidando-os" a sessões de violência. Outro casos, como de um trabalhador da EDP que se sentiu ameaçado, quando num dia destes dirigiu-se à Quinta da Mina para efectuar contagens de luz e, deparou-se numa situação estranha, ao ser amplamente insultado e ameaçado, sabendo, que já imensos anos faz esta rota de serviço e nunca tal ter-lhe acontecido coisa, pois, é bastante conhecido no meio dos residentes.

Têm sido publicadas várias notícias relacionadas com esta situação, casos denunciados como este aqui publicado no jornal "O Mirante", em que têm sido acusadas por vários encarregados de educação de despoletar vários acidentes junto da Escola Básica Integrada. Ainda nos lembramos, dos confrontos do Verão passado, na Quinta da Fonte em Loures, depois dos confrontos com a vizinha comunidade africana, que foram amplamente noticiados nos meios de comunicação social. Mais recentemente, no Bairro Portugal Novo, nas Olaias, em Lisboa registaram-se confrontos, com foi publicado aqui o "Jornal de Notícias" entre as comunidades, como no caso anterior descrito.

Exige-se que haja uma celeridade na resolução destes problemas e, compete ao executivo camarário, que é um dos principais responsáveis, tomar uma atitude no tratamento deste problema e, a sua acção deverá ser pronta e eficaz, assim como, as forças de segurança deverão prontificar-se para ter um papel maior de proximidade e procurar formas dissuasoras de prevenção de potenciais conflitos. Para além disso, as forças vivas da sociedade devem intervir de igual modo e, conjuntamente, procurar soluções para o problema. Já que todo o processo é bastante delicado, deste modo, é necessário que em conjunto encontrem-se propostas válidas.

Não podemos cair na tentação fácil de tirar ilações genéricas e populistas acerca da questão! É necessário tratar com objectividade e ter senso na busca de soluções, que satisfaçam todos os lados interessados. Uma das hipóteses a considerar deverá ter o acento tónico no realojamento mas, de forma casuística. Seria o mais sensato pensar em cada caso familiar e não de uma forma abstracta e indiscricionária da avaliação da natureza de cada situação concreta. Devemos ter a atenção, que a redistribuíção das familias deverá ter em conta, o realojamento por diversas localidades, onde possam ser integradas com consentimento das populações residentes, de forma, a evitar que surjam outras situações de ajuntamentos populares com intuito de expulsão. A ideia de "juntar mais pólvora à mistura", em reunir num só local (bairro ou prédio) já veio demonstrar que está na génese de muitos destes problemas e não resolvem as situações de ambos os lados. O medo de encarar o assunto não resolve o problema.

Sem comentários:

Enviar um comentário