quinta-feira, 26 de março de 2009

E Sai Chumbo!... "Selvagens"... "Jamais"!

A Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP) acabou por chumbar as candidaturas a projectos de interesse nacional (PIN) de dois parques temáticos, previstos para os concelhos de Azambuja e Alenquer. Um dos projectos, denominado de "Lusolândia" (no valor de mais de 200 milhões e prevendo 2 700 empregos), estava projectado para o concelho da Azambuja, confinando com o de Alenquer "Discovery Park" que, também, foi recusado com o idêntico argumento. Segundo Basílio Horta, inicialmente os dois projectos foram analisados em momentos diferentes e de forma colegial mas, como vieram a apontar para a mesma região não ofereciam viabilidade económica e evidenciavam, por isso, falta de sustentabilidade, além de condicionantes diversas, pois, apontavam para zonas de protecção agrícola e de reserva natural, entre outros.

Ambas autarquias já reagiram pela voz dos seus presidentes, tendo Joaquim Ramos (Presidente da C. M. Azambuja), proferido as seguintes palavras: “Quando aparece um projecto que pode ressuscitar o desenvolvimento económico, porque iria criar novos postos de trabalho é reprovado o projecto de interesse nacional”, já Álvaro Pedro (Presidente da C. M. Alenquer) diz que, “Não aceito que tenham chumbado por serem dois para o mesmo sítio e quero uma resposta mais clara sobre isso”. Basílio Horta, presidente da AICEP, garante que fez tudo para juntar os dois projectos mas, os promotores desmentem-no e acusam-no de não ter feito rigorosamente nada para salvar os investimentos. E, para além disso, ficamos a saber pela voz do Ministro da Economia, Manuel Pinho as seguintes palavras: "O que queremos acelerar é a realização de bons projectos, não de projectos selvagens!"

Relembramos, que outrora, António Jorge Lopes (Candidato à Presidência de Câmara de Azambuja) e José Paulo Pereira (Presidente da Mesa da Assembleia da Concelhia do PSD), haviam criticado este modelo de desenvolvimento da autarquia, conforme publicado num artigo no jornal Correio de Azambuja, transcrito em Estado Velho, a 1 de Fevereiro de 2008, onde refere, conforme este excerto com as seguintes palavras: "Lamentavelmente, as duas únicas respostas do poder autárquico a este estado de coisas foram a ilusão da Lusolândia e a frustração do novo aeroporto na Ota", onde podemos constatar, esse tal prenúncio da situação a que estamos a assistir neste momento. Já António José Rodrigues, num artigo de opinião publicado no jornal "O Fundamental", a 30 de Janeiro de 2008, a respeito da mudança do aeroporto para Alchochete, aonde a certa altura, refere o estado em que se "engalanaram com a prometida construção da Lusolândia (uma expectativa à espera do aeroporto), na década de 1990, acenando com centenas de postos de trabalho para os eleitores do concelho de Azambuja, com particular realce sempre em vésperas de campanhas eleitorais."

Gostaria de salientar, que a publicação do artigo "Crise - O Flagelo do Desemprego", aqui neste blog não antevia de certa forma, o que iria passar com a divulgação destas notícias que vieram a público na comunicação social. Mas, ainda assim, julgo que a reflexão acerca de ambos assuntos é bastante oportuna e devem marcar a agenda das preocupações da actualidade. Deste modo, seria importante saber o que o executivo pensa fazer? Se vai recorrer?... Melhorar o projecto ou alinhar conjuntamente com o executivo da Câmara de Alenquer, em arranjar formas de apresentar uma candidatura conjunta? Ou, então, reformular o seu paradigma de políticas de desenvolvimento, procurando com os agentes activos da sociedade e da política um projecto sustentável?

PS: Seria bom que Ministro de Economia explicasse melhor as suas palavras? Pois, já vimos um ministro chamar "camelos" aos cidadãos da margem sul e, agora assistimos, novamente um outro ministro insultar um outro conjunto de comunidades. O que é que ele quis dizer com "projectos selvagens"? Lembramos que se tratam de duas autarquias socialistas, imaginem se fossem da oposição!

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