quarta-feira, 25 de março de 2009

Crise - O Flagelo do Desemprego

Após ter escutado as palavras do Presidente da República, Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva, que veio ontem a público, demonstrar a sua preocupação com os números de desemprego revelados nos centros de emprego, que sofreu um aumento de 17,7 por cento em Fevereiro, em relação ao mesmo mês de 2008. Já Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia, afirma que "o desemprego está a crescer e vai, provavelmente, continuar a crescer e é essa a minha preocupação principal" e, que os trabalhadores europeus "sentirem que os seus dirigentes estão preocupados", enquanto isso, o ministro das Finanças admitiu hoje que as perspectivas têm vindo a degradar-se mês após mês.

Para agravar a situação, o número de empresas criadas a nível nacional sofre uma quebra de 25% face a Janeiro e de 28% em relação ao mês homólogo, como refere a notícia publicada em "Dinheiro Digital". Ficamos a saber, também, que mais de um terço das empresas prevê reduzir força de trabalho, em virtude da escalada da crise económica internacional. Entretanto, "o facto de o QREN [Quadro de Referência Estratégico Nacional, que abrange os dinheiros comunitários] estar com um grau de execução baixíssimo, leva a que 2500 milhões de obra pública lançada em concurso, ainda não tenha sido adjudicada", afirma Manuel Agria, Vice-Presidente da ANEOP-Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas, após divulgação de estudo conjuntamente com a agência de consultadoria Deloitte.

Entretanto este cenário e, toda esta situação de crise está a reflectir-se nas receitas dos municípios: "rever os planos previstos", assegurou ontem a Associação Nacional de Municípios Portugueses. E por fim, o Município de Azambuja, anunciou a possibilidade de dar benefícios fiscais às empresas que criem postos de trabalho e mais valias no município. Tendo esta situação global como pano de fundo, neste contexto, obriga-nos a ter uma reflexão séria acerca de toda esta situação e, procurar encontrar dinâmicas que vá ao encontro de soluções que possam minorar os efeitos desta crise.

Essas dinâmicas, a nível local deverão ir mais além de um aumento pontual dos benefícios fiscais às empresas, visto que, se falamos em possíveis mexidas da taxa de "derrama", terá simplesmente um efeito nulo ou perto disso, porque a perspectiva é que não haverá grandes lucros e, se houver não fará grande diferença. Por isso, é necessário que haja instrumentos que aumentem a competitividade e o investimento em processos de inovação das empresas e, que demonstre um horizonte diferente e não seja tão longínquo. Para além disso, seria importante que houvesse propostas no sentido de criar pólos de investigação em parceria com universidades, dando-lhes benefício na instalação no concelho, para que no futuro pudessem estabelecer novas parcerias de desenvolvimento a nível empresarial na região.

Já que se pretende criar um "Biotério" em parceria com a "Fundação Champalimaud", seria importante que o modelo de desenvolvimento económico do concelho, tivesse em linha de conta um novo paradigma que fosse ao encontro do âmbito da investigação cientifica e estivesse orientado num plano sustentado e global. Para além disso, será necessário que se implementasse a curto prazo, programas de formação e estágios nas empresas que queiram aderir em troca de benefícios que sejam mais aliciantes. Por isso, os apoios às empresas do concelho terão que ser alargados, para além das medidas já anunciadas. É necessário, que haja um apelo para que se criem programas de parceria entre os vários agentes que tenham efeitos sustentados e de rápido efeito.

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